sitemap VIII Encontro de Linguística de Corpus
 
 
 

A análise e comparação dos contextos de uso da preposição “a” no par linguístico português/espanhol a partir de corpus de fala espontânea


Camilla Guimarães Santero (UFRJ) - PG

Carolina Parrini Ferreira(UFRJ) - PG


Este trabalho faz parte do projeto Pesquisa e formação de tradutores no par linguístico português-espanhol, da Faculdade de Letras/UFRJ, e tem por objetivo sistematizar os contextos de uso da preposição A no par linguístico português-espanhol a partir de uma base de dados que permita uma análise contrastiva entre as variantes carioca e a de Alcalá de Henares, de modo a oferecer uma ferramenta que auxilie o trabalho de tradução. Assim como o pesquisador Jeremy Munday (1998, 2002), que operou na interface dos Estudos da Tradução e da Lingüística de Corpus, a mencionada confrontação pretende contribuir com os estudos de tradução no que se refere às coligações de regência, tendo em vista que “... o uso de preposições é uma das grandes dificuldades no aprendizado de qualquer língua, seja materna ou estrangeira, por não haver, na maioria dos casos, explicação plausível para o fato de ocorrer determinada preposição em vez de outra (...) Dessa forma, essas combinações devem ser aprendidas, uma a uma, pelo usuário da língua, pois não há regras que possam prever seu uso” (Tagnin, 2005).

Beneficiados pela Linguística de Corpus, os Estudos de Tradução têm avançado na investigação dos corpora, especialmente nos estudos lexicográficos. No presente estudo, a interface estabelecida entre ambos os campos foi de grande utilidade no que diz respeito à pesquisa de soluções gramaticais para o uso das preposições nos referidos sistemas linguísticos. O corpus analisado compreende doze entrevistas sociolinguísticas da década de 90, sendo seis entrevistas da variante culta do Rio de Janeiro (NURC) e seis da variante culta de Alcalá de Henares (PRESEEA). Através da ferramenta computacional WordSmith Tools pode-se extrair dados quantitativos úteis para a observação criteriosa da frequência e dos contextos de uso da coligação de regência em questão.

Embora o português e o espanhol sejam línguas próximas pela coincidência etimológica do léxico, observou-se nas análises feitas que a frequência de uso da preposição A nas duas línguas é divergente, uma vez que o espanhol exige esta preposição em contextos que, traduzidos ao português, não possuem a mesma realização sintática, como exemplo observamos as perífrases verbais, os complementos de pessoa etc. Além disso, a Linguística de Corpus possibilitou a identificação de uma tendência do PB em substituir a preposição A por outras preposições em contextos cujo complemento, gramaticalmente, deveria ser regido pela preposição A, como em ir a x ir em.


Palavras-Chave: Linguística de Corpus; Tradução; par linguístico Português/Espanhol.

 

Resumo