sitemap VIII Encontro de Linguística de Corpus
 
 
 

Representações de estratégias docentes em acadêmicos: um estudo para a linguística de corpus


Fabrícia Cavichioli (UFSM-PG)


O tema norteador deste trabalho caminha rumo à formação de representações na aquisição da leitura de acadêmicos de Letras em formação inicial. Melhor explicando, o acadêmico-professor (acadêmico-tutorado) será assistido/tutorado pelo professor-pesquisador (professor-tutor) no desenvolvimento das unidades de design de curso a fim de que este último apóie e intervenha quando necessário na formação de representações em conceitos de aquisição da leitura. Sendo as perguntas, vistas como estratégias de tutoramento, o objeto central na formação de representações em conceitos de aquisição da leitura. Sob essa perspectiva, a presente explanação tem por finalidade  apresentar resultados parciais (iniciais)  da aplicação de um projeto de tese que está sendo desenvolvido com acadêmicos-docentes  do Curso de Letras em uma instituição privada do Rio Grande do Sul. O projeto tem  como problema principal investigar  a possibilidade de assistirmos/apoiarmos acadêmicos-docentes na formação de conceitos/representações de aquisição da leitura a partir da aplicação de um design de curso voltado para o ensino de leitura. Uma vez que este estudo faz parte de um problema didático específico em um contexto específico, adotamos a pesquisa-ação como abordagem principal e a Teoria Holística da Atividade (Richter, 2007) como filosofia de trabalho. A pesquisa-ação, segundo  Burns (1999), caracteriza-se por apresentar um caráter colaborativo, na medida em que esse procedimento é considerado como uma abordagem que possibilita o aprimoramento de professores em exercícios ou professores em formação, além de instrumentalizar o professor para refletir sobre sua prática. A pesquisa-ação deve ser desenvolvida através de ações práticas das quais as teorias sobre aprendizagem e ensino possam ser desenhadas. Dentro dessa perspectiva, o reconhecimento da pesquisa-ação como um processo de prática reflexiva possibilita ao profissional da educação dar um importante passo rumo à emancipação profissional, uma vez que esse procedimento de auto-reflexão é capaz de instigar os engajados em um ensino produtivo a analisarem suas práticas. Ademais, acenando para essa perspectiva, Richter (2000) ressalta que a aprendizagem de uma língua e a ação social que constrói e transforma o homem e o mundo são inseparáveis. Ação social que requer uma nova visão do que é educar: emancipar, levar o educando à autonomia cooperativa. Essa forma de educar é conquistada na medida em que tanto o professor quanto o aluno se tornam (também) investigadores de seu próprio procedimento. Para a seleção e análise dos dados, optamos pela Linguística de Corpus (Beber Sardinha, 2004), a qual nos oferece como instrumento de trabalho o programa WordSmith Tools, recurso que possibilita uma análise automática dos dados. Linguística de Corpus pode ser definida tanto como uma abordagem teórica quanto uma metodologia para a análise linguística ou como ambas. Leech (2000), citado por Costa (2005), explica que a Linguística de Corpus não é somente uma metodologia que é usada como instrumento de análise de corpora, mas uma abordagem que parte de pressupostos teóricos e que abre novos rumos para a análise e a interpretação linguística dos corpora armazenados em computador.  Assim, com base nos dados iniciais, notamos a presença do fenômeno da akrasia nas representações dos acadêmicos-docentes, ou seja, há uma contradição entre discurso e conduta (hiato entre o dizer e o proceder) que permeia essa iniciativa para-acadêmica. Esta proposta se mostra promissora desde que acompanhada por uma legítima decisão discente em mudar, aprimorar-se. Gera, em contextos de formação, um aprendizado profissional verdadeiramente holístico, na medida em que se acha comprometido com o agir, o pensar e o sentir desse futuro professor, num primeiro momento, em sua trajetória acadêmica, e, num segundo momento, na militância educativa. Dito de outra maneira, os supervisores de formação inicial e continuada se beneficiam em estabelecer uma série de princípios básicos de intervenção didática que sejam, por um lado, operacionalizáveis, isto é, enraizados em conceitos teóricos condizentes com a abordagem adotada; mas, por outro lado e simultaneamente, manifestos como uma lógica de encadeamento de ações orientadas à aquisição instrucional (Richter, 2006).


Palavras-chave: representações; aquisição; leitura; acadêmicos.


 

Resumo